sexta-feira, 12 de julho de 2013

Reflexão sobre os mártires da Espanha


O Vaticano realizou na semana passada a maior cerimônia de beatificação de sua história. No domingo, 28 OUT 07, mais de 40.000 pessoas assistiram na Praça de São Pedro a missa em que foram beatificados 498 católicos mortos durante a Guerra Civil Espanhola, ocorrida entre 1936 e 1939.  
Participaram 71 bispos espanhóis, 1.300 sacerdotes concelebrantes e 2.500 familiares dos novos beatos; 50 mil peregrinos, dos quais 30 mil peregrinaram da Espanha. 
Os beatos proclamados são 2 bispos, 24 sacerdotes diocesanos, 462 membros de Institutos de Vida Consagrada, um diácono, um subdiácono, um seminarista e sete leigos; todos assassinados pelos republicanos por serem contra o regime comunista que se implantava na Espanha.  
Os religiosos foram beatificados, segundo o Vaticano, por ter morrido em nome da fé. “Esse martírio ocorrido com pessoas comuns é um testemunho importante para a sociedade secularizada de hoje”, disse o papa Bento XVI, no domingo. O  Papa João Paulo II já tinha beatificado 977 mártires da Guerra Civil Espanhola, dos quais onze já foram canonizados.  
Lamentavelmente a Espanha de hoje vive uma nova perseguição à Igreja com o primeiro ministro José Luiz Zapatero, que impulsiona um laicismo anti-católico naquele pais.  Em 2005, este governo socialista conseguiu aprovar o casamento entre homossexuais, inclusive com direito à adoção de crianças; incentiva o aborto, o divórcio e a eutanásia. 
A revista Veja (n. 2033 – 07 nov 07) em um artigo sobre os mártires, trouxe uma foto que mostra padres e freiras assassinados expostos ao povo em seus caixões. Diz a revista, que não é católica, que “Estima-se que 7.000 integrantes da Igreja Católica tenham sido mortos durante a Guerra Civil Espanhola. Na Catalunha e em Valência, padres foram queimados e castrados. Alguns foram enterrados vivos após ser obrigados a abrir suas próprias covas. Outros, depois de assassinados, ficavam expostos à população dentro de seu caixão. Muitas igrejas foram vandalizadas e incendiadas. Em algumas cidades, múmias das catacumbas de conventos foram exumadas.” 
Diz ainda a Revista que “A Guerra Civil Espanhola não foi apenas um conflito interno entre os espanhóis. Era uma guerra de todas as forças políticas que estavam em disputa na Europa. Entre os republicanos, que fizeram tantos mártires,  encontravam-se anarquistas, stalinistas, trotskistas, socialistas moderados e democratas liberais.” 
É lamentável que um acontecimento tão grande como esse, onde um atentado bárbaro à vida de 7000, entre bispos, padres, freiras e leigos, tenha tido tão pouca repercussão na mídia. Ao contrário, quando um padre erra, quando menos de 0,5% caem no pecado e no crime da pedofilia – que deve ser punido com rigor – neste caso a imprensa faz um estardalhaço tremendo; mas quando 7000 morrem assassinados de maneira fria e cruel, esta mesma imprensa quase se cala. É a prova da discriminação que existe hoje contra a Igreja Católica. Ela continua cada vez mais sozinha na defesa dos verdadeiros valores cristãos e está pronta hoje também a enfrentar novas perseguições. 
Sabemos que o século XX produziu mais mártires do que todos os outros séculos anteriores juntos. Com o passar do tempo a perseguição à Igreja parece, então, aumentar. O comunismo ateu e materialista matou cem milhões de pessoas, segundo Stephane Courtois (O livro negro do comunismo, Ed. Bertrand Russel, SP, 2005), e também o nazismo gerou muitos mártires. Ao lado disso temos as terríveis perseguições na Espanha (1936) e no México (1929) que deixaram milhares de mártires.  Será que não estamos diante de novas perseguições deste tipo?…

Em todas as épocas a Igreja não teve medo de defender a verdade de Deus e do Evangelho, e por isso é perseguida e martirizada; mas como Jesus Cristo, ela não tem medo da morte, embora alguns de seus filhos possam fugir do combate. Ela sabe que depois da morte Cristo a acolhe no seu Reino.  
Prof. Felipe Aquino – www.cleofas.com.br

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