ZP11061203 - 12-06-2011
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Novo livro aborda acusações comuns contra a Igreja
Por padre John Flynn, L. C.
ROMA, domingo, 12 de junho de 2011 (ZENIT.org)
- Talvez o anticatolicismo seja o último preconceito aceitável na
sociedade atual, mas o escritor e jornalista canadense Michael Coren não
acha que ele deva ser aceito tão facilmente.
Em seu livro Why Catholics Are Right (Por que os católicos estão
certos), publicado em inglês pela McClelland and Stewart e sem tradução
em português até agora, ele analisa as críticas mais comuns contra a
Igreja. Coren, de família laica e filho de pai judeu, tornou-se católico
depois dos vinte anos de idade.
Ser judeu o ajudou na carreira, mas, como ele conta na introdução do
livro, a fé católica lhe causou a perda de dois postos de trabalho e
muitas portas fechadas nos meios de comunicação.
Ele encara depois um tema que preferiria não ter que abordar: o
escândalo dos abusos do clero. Reconhece o imenso dano causado a muitas
pessoas, mas também sustenta que algumas críticas foram além do que
seria justificável.
“Os abusos não dizem nada sobre o catolicismo”, insiste Coren. Os
críticos ansiosos por demonstrar que os abusos são vinculados às
estruturas ou aos ensinamentos da Igreja ignoram o fato de que também
ocorrem abusos em outras igrejas e religiões com a mesma freqüencia ou
até mais.
“Como resultado das lições do escândalo, a Igreja católica é agora um
dos lugares mais seguros para os jovens”, afirma Coren. Esses fatos
deveriam levar a uma condenação dos abusos, mas não a uma condenação da
Igreja, conclui o escritor.
Outro capítulo se ocupa de acontecimentos históricos como as cruzadas
e a inquisição. É verdade que a Igreja nem sempre agiu da melhor
maneira, admite ele, mas, em geral, ela sempre esteve eticamente à
frente do seu tempo e se manteve como uma força para o bem, argumenta.
As cruzadas
Coren precisa que a Terra Santa era cristã e, posteriormente, foi
invadida pelos muçulmanos. Segundo ele, é um erro considerar as cruzadas
como uma espécie de imperialismo ou colonialismo. Ao contrário, muitas
famílias nobres foram à bancarrota com os gastos de armar um cavaleiro e
mantê-lo com seu séquito nas cruzadas.
Estudos modernos desmentem que a maioria dos cruzados eram filhos de
famílias pobres em busca de butim. Pelo contrário, tratava-se
normalmente da elite da cavalaria europeia, explica o autor.
Nos territórios conquistados pelas cruzadas, a população muçulmana
pôde seguir a vida normal e não houve nenhuma tentativa séria de
convertê-la ao cristianismo.
"As cruzadas não foram o momento mais bonito da história cristã, é
claro, mas também não foram as caricaturas infantis da consciência
pesada ocidental moderna, nem a paranóia contemporânea muçulmana",
responde.
Quanto à inquisição, ele afirma que a premissa subjacente é que os
católicos são maus e que só a Igreja poderia organizar algo tão horrível
como a inquisição. “Isto é simplesmente ridículo”, afirma Coren. Para
começar, foram assassinados mais homens e mulheres em poucas semanas da
ateia Revolução Francesa do que durante um século de inquisição. Também
houve inquisições em vários países protestantes, voltadas principalmente
contra os suspeitos de bruxaria.
Tortura
O objetivo da inquisição era combater os erros doutrinais e as
heresias, explica Coren. Existia a tortura, mas aplicada quase sempre
pelas autoridades laicas. A inquisição não a usava nem mais nem menos do
que o resto dos órgãos judiciais da época, acrescenta.
A maior parte das críticas se concentra na inquisição espanhola.
Coren se pergunta por que se prestou tão pouca atenção aos massacres e à
tortura realizados contra muitos católicos na Inglaterra de Henrique
VIII e da Rainha Elisabete I.
É verdade que os papas apoiaram inicialmente a inquisição espanhola,
mas ela se tornou rapidamente um órgão do estado e da monarquia. Depois
da derrota final dos muçulmanos na Espanha, um grande número deles e de
judeus se converteu ao catolicismo. Muitas conversões foram genuínas,
mas, sendo vantajoso política e economicamente dizer-se católico, outras
muitas “conversões” não passaram de fachada. A inquisição, então,
investigou a autenticidade dos conversos.
Houve abusos, afirma Coren, mas a Espanha não sofreu as sangrentas
guerras de religião que afetaram muitos outros países europeus, por
exemplo. Segundo ele, a Inquisição passou despercebida até meados do
século XIX, quando escritores anticatólicos a utilizaram e distorceram
para atacar a Igreja.
Outra crítica frequente à Igreja tem a ver com sua riqueza.
É verdade que existe uma grande quantidade de riquezas no Vaticano,
em seus museus abertos a todos. A Igreja preservou essas obras de arte
durante séculos e as guarda como patrimônio da humanidade, observa o
autor.
A possibilidade da venda dessas obras de arte e de dar o dinheiro aos
pobres seria apenas um ato isolado, cujos benefícios materiais
acabariam rapidamente, sem resolver nada do problema da pobreza no
mundo. Já a conservação dos tesouros artísticos para o futuro os mantém à
disposição de todos, em vez de encerrá-los em coleções privadas. Além
disso, prossegue Coren, a Igreja católica constrói e gerencia hospitais e
escolas e toca um número imenso de obras de caridade no mundo inteiro.
Vida e sexualidade
Outro dos capítulos do livro explora os temas da vida e da
sexualidade. A Igreja é objeto de ataques constantes por causa da sua
postura em temas que vão do aborto aos preservativos e
anticoncepcionais.
A postura da Igreja não se baseia apenas em crenças morais, mas também na ciência e nos direitos humanos, defende Coren.
Ele assinala que a afirmação de que existe uma nova vida desde o
momento da concepção tem um sólido fundamento biológico. O feto é uma
vida humana diferente e como tal deveria ter o direito de existir.
Apesar disso, nos últimos anos, os pró-vida foram tachados
frequentemente de extremistas fanáticos.
Por outro lado, ainda que a sociedade contemporânea se considere mais
progressista e tolerante que qualquer outra do passado, as pessoas com
deficiência no ventre materno são assassinadas deliberadamente.
Quando se trata da postura da Igreja a respeito da utilização para
pesquisa de células-tronco embrionárias, isso é utilizado por seus
oponentes para acusá-la de ser um obstáculo à cura de enfermidades que
poderiam ser vencidas em um futuro próximo.
A verdade é, no entanto, que não houve êxito algum com as
células-tronco embrionárias, em contraste com os êxitos obtidos com
células-tronco de adultos, algo que a Igreja não se opõe, aponta Coren.
Quanto ao tema dos preservativos e dos anticonceptivos, a Igreja
adverte há décadas que sua disponibilidade seria prejudicial para a
sociedade. De fato, Coren assinala que, desde a advertência, tem havido
um aumento constante das enfermidades de transmissão sexual, do
divórcio, das rupturas familiares, e a sexualidade passou a se converter
em muitos casos de uma ato de amor para uma mera troca de fluidos
corporais.
Difamar a Igreja e Bento XVI por se opor ao uso de preservativos no
esforço por controlar a Aids/SIDA é outro caso mais de injustiça, afirma
Coren. Confiar no uso de preservativos simplesmente não tem funcionado
na África. Pelo contrário, os programas baseados na abstinência e na
fidelidade têm tido grande êxito.
O livro de Coren trata muitos outros temas e não desperdiça
oportunidades de defender a Igreja contra o que considera de ataques mal
informados. Seria uma útil ajuda para quem está interessado em
responder aos ataques tão frequentes contra a Igreja.
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Na internet:
"Why Catholics Are Right": www.amazon.com/Why-Catholics-Right-Michael-Coren/dp/0771023219/ref=sr_1_1?ie=UTF8&qid=1306609817&sr=8-1
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