“Obrigado, senhora
Presidente, pelas gentis palavras. Muito obrigado a vocês e ao povo brasileiro
pela calorosa recepção e pela famosa hospitalidade brasileira com que vocês
receberam Michelle, a mim e nossas filhas. ‘Muito obrigado’.
Em nossa reunião hoje,
mencionei que esta é minha primeira visita à América do Sul e o Brasil é minha
primeira parada, e não por acaso. A amizade entre os povos americano e
brasileiro já soma mais de dois séculos. Nossos empreendedores e empresários
inovam juntos, nossos cientistas e pesquisadores estão criando novas vacinas,
juntos nossos alunos e professores exploram novos horizontes. Todos os dias
trabalhamos para tornar nossas sociedades mais inclusivas e mais justas.
O crescimento extraordinário
do Brasil, senhora Presidente, atrai a atenção do mundo todo. Graças ao
sacrifício de pessoas como a presidente Dilma Roussef, o Brasil saiu da
ditadura para a democracia, é uma das economias que mais crescem no mundo,
tirando milhões da pobreza e levando-os à classe média. Hoje os EUA e o Brasil
são as duas maiores democracias do hemisfério e as duas maiores economias. O
Brasil, líder regional que promove uma cooperação maior entre todas as Américas
e o Brasil é, cada vez mais, um líder mundial, passando de receptor de ajuda
externa para doador, reivindicando um mundo sem armas nucleares e estando
sempre adiante dos esforços globais para lutar contra a mudança climática. Como
presidente, eu sempre promovo o compromisso baseado em respeito mútuo e
interesses mútuos e uma parte fundamental desse compromisso é promover uma
cooperação maior com centros de influência do século XXI, incluindo o Brasil.
Em suma, os EUA não apenas reconhecem o crescimento do Brasil, mas apóiam esse
crescimento com entusiasmo. Por isso criamos o G20, o principal fórum de
cooperação econômica mundial, para ter certeza de que países como o Brasil
terão mais voz ativa. Por isso aumentamos a cota de votação do Brasil e o seu
papel nas instituições financeiras internacionais. Por isso que eu vim ao
Brasil hoje.
A presidente Roussef e eu
acreditamos que esta visita seja uma oportunidade histórica para colocar os EUA
e o Brasil na rota de uma cooperação ainda maior nas décadas vindouras. Hoje
estamos começando a aproveitar esta oportunidade. Senhora Presidente, gostaria
de agradecê-la pelo seu compromisso pessoal em fortalecer as alianças entre as
nossas duas nações. Estamos ampliando o comércio e os investimentos, criando
empregos nos nossos dois países. O Brasil é um dos nossos principais parceiros
comercias, mas ainda há muito que podemos fazer.
Mais tarde hoje, a
presidente e eu vamos nos reunir com líderes de negócios dos nossos dois
países, vamos ouvir e decidir quais serão as etapas concretas que vão expandir
nossas relações econômicas. Vamos anunciar uma série de novos acordos,
inclusive um diálogo financeiro e econômico que venha promover relações
comerciais, expandir a colaboração na área de ciência e tecnologia e à medida
que o Brasil se prepara para receber a Copa do Mundo e as Olimpíadas e, ainda
me magoa tocar neste assunto, estamos assegurando que as empresas americanas
terão um papel entre os projetos de infraestrutura necessários para essas
competições. Estamos criando um novo diálogo estratégico sobre energia para
garantir que as cúpulas dos nossos governos estão trabalhando conjuntamente
para aproveitar novas oportunidades, em particular, como as novas descobertas
de petróleo no Brasil, como disse a presidente Roussef, o Brasil quer ser um
grande fornecedor de novas fontes estáveis de energia e eu falei para ela que
os EUA também querem ser um grande cliente dessas fontes, o que traria
benefícios para ambos os países.
Ao mesmo tempo, estamos
expandindo nossa parceria em energia limpa, fundamental para nossa segurança em
energia em longo prazo. Como líder na área de energia renovável, como
biodiesel, e como parte da parceria de energia e clima entre as Américas que
proponho, o Brasil está compartilhando seu conhecimento na região e no mundo.
Esse novo diálogo de economia verde que estamos criando hoje aumenta ainda mais
nossa cooperação construindo prédios “verdes” e desenvolvimento sustentável. Na
área de segurança, nossos exércitos trabalham com proximidade ainda maior para
lidar com crises humanitárias, como fizemos no Haiti. Nossas polícias trabalham
em conjunto contra os narcotraficantes que ameaçam a todos nós, o Brasil se
aliou ao esforço internacional para evitar o contrabando de armas nucleares por
seus portos. Agradeço à presidente Roussef pela liderança do Brasil em criar um
centro regional de promoção de excelência na área de segurança nuclear. Como
membro do conselho de direitos humanos, o Brasil se juntou a nós na condenação
aos abusos aos direitos humanos realizados pela Líbia. Gostaria de rapidamente
mencionar a situação na Líbia porque conversei sobre isso com a presidente.
Ontem a comunidade internacional exigiu um cessar fogo imediato na Líbia,
inclusive um fim a todos os ataques contra civis, e hoje a secretária Clinton
se reuniu com uma coalizão internacional com nossos parceiros árabes e europeus
em Paris para discutir como aplicar a resolução do conselho de segurança criada
pela ONU em 1973. Houve um consenso coeso e a conclusão foi clara: o povo da
Líbia deve ser protegido e se não for colocado um fim imediato à violência
contra civis, nossa coalizão está preparada para entrar em ação, e agirá com
urgência. Conversei com a presidente Roussef sobre os passos que estão sendo
tomados nesse sentido.
Finalmente, estou
especialmente satisfeito pelo Brasil e os EUA estarem juntos em criar uma
governança democrática para além de nossos hemisférios. O Brasil está ajudando
a liderar a iniciativa global que anunciei nas Nações Unidas de promover
governos abertos e novas tecnologias que capacitem os cidadãos no mundo todo.
Hoje estamos lançando novos esforços para ajudar outros países a combater a
corrupção e o trabalho infantil. Estamos expandindo nossos esforços para
aumentar a segurança alimentar nesse movimento de desenvolvimento da
agricultura na África. Acredito que este seja apenas o começo do que os dois
países podem fazer juntos em todo o mundo. Por isso, os EUA continuarão se
esforçando para ter certeza de que as novas realidades do século XXI serão
refletidas nas instituições internacionais, como disse a senhora Presidente,
incluindo as Nações Unidas onde o Brasil aspira a um assento permanente no
conselho de segurança. Como falei à presidente Roussef, os EUA continuarão a
trabalhar tanto com o Brasil quanto com outras nações nas reformas que vão
tornar o conselho de segurança mais eficaz, eficiente e representativo para
poder levar adiante nossas visões compartilhadas de um mundo mais seguro e
pacífico.
Mais uma vez, com os
resultados de hoje, criamos uma base para uma cooperação maior entre EUA e
Brasil nas décadas vindouras. Gostaria de agradecer a presidente Roussef por
sua liderança, por tornar este progresso possível. Não conheço a senhora
Presidente há muito tempo, mas noto a paixão extraordinária no sentido de
oferecer a oportunidade a todo povo brasileiro para que todos possam progredir
e essa é uma paixão que compartilho com a senhora Presidente e aqui
representando os cidadãos americanos também. Portanto, tenho certeza de que,
dado esse espírito que compartilhamos, essa amizade que existe não apenas no
âmbito governamental mas entre os nossos povos, que vamos continuar a progredir
no futuro e aguardo ansiosamente minha passagem pelo Rio amanhã, onde terei a
oportunidade de me dirigir diretamente ao povo brasileiro sobre o que nossos
países podem fazer conjuntamente como parceiros globais no século XXI.
Muito obrigado.”
Por
Reinaldo Azevedo
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