domingo, 27 de fevereiro de 2011

“Bem-estar” líbio apoiado no petróleo não impediu revolta


Por Samy Adghirni, na Folha:
A insurreição na rica e socialmente generosa Líbia sinaliza que o principal motor das revoltas árabes não é a insatisfação econômica. O denominador comum nos países palcos de grandes protestos antigoverno é uma rejeição generalizada de governos vistos como opressores, arbitrários e corruptos. As imensas reservas de petróleo (9ª posição no ranking mundial) e a população de apenas 6,4 milhões transformaram a Líbia de Muammar Gaddafi no país com mais alto IDH da África e um dos mais altos entre árabes.
A Líbia tem renda per capita de US$ 12 mil, maior que a de Brasil, Argentina e Turquia. A expectativa de vida saltou de 63 anos em 1993 para 69 anos em 2004. O Estado fornece benefícios que vão desde subsídios de bens de consumo até fartos programas de assistência a aposentados e deficientes, passando por seguro-desemprego -que ampara os 30% de desempregados.
Os investimentos na área de saúde vêm aumentando desde 2002. Pelas contas do Pnud, 99% das crianças de menos de um ano de idade estão devidamente vacinadas contra a tuberculose. A taxa de analfabetismo é de 13%, contra 40% do bem menos repressor Marrocos. Em matéria de direitos da mulher, o país está anos-luz à frente do golfo Pérsico. O Estado líbio investiu pesado em infraestrutura -aeroportos, estradas etc.
Mas a capacidade de gerar e distribuir riqueza foi orquestrada em paralelo a uma implacável repressão. Aqui
Por Reinaldo Azevedo

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