sábado, 30 de outubro de 2010

Bento XVI incentiva globalização da solidariedade

A globalização em curso não deve dizer apenas respeito aos interesses econômicos e comerciais, mas há de estender-se também às expectativas de solidariedade, ressaltou o Papa Bento XVI, neste sábado, aos participantes do congresso internacional promovido pela Fundação "Centesimus Annus – Pro Pontifice", reunidos na Universidade Gregoriana, em Roma, para discutir o tema "Capital social e o desenvolvimento humano".

O Papa agradeceu a todos pelo serviço que prestam à Igreja e aos pobres, em várias partes do mundo, e lhes disse que o tema "O capital social e o desenvolvimento humano" oferece a chance de refletir sobre a necessidade, sentida por muitos, de promover o desenvolvimento global atento à promoção integral do homem.

O desenvolvimento harmonioso é possível, se as opções econômicas e políticas considerarem princípios fundamentais tais como a subsidiariedade e a solidariedade. Assim, no centro de toda programação econômica, deve estar sempre a pessoa criada à imagem de Deus e por Ele indicada para velar e gerir os imensos recursos da criação:

"Somente uma cultura comum de participação responsável pode permitir aos seres humanos sentirem-se ativos colaboradores no processo de desenvolvimento mundial, e não meros e passivos destinatários. O homem, a quem Deus, no Genesis, confiou a terra, tem o dever de fazer render os bens terrenos, comprometendo-se a utilizá-los para atender as necessidades de todos os membros da família humana".

Em outras palavras, o homem deve administrar os recursos que Deus lhe deixou colocando-os à disposição de todos; evitando que os lucros sejam apenas para alguns e que formas de coletivismo o oprimam. O crescimento econômico não pode ser diferenciado da busca de um desenvolvimento integral, humano e social.

A este ponto, o Papa recordou um trecho de sua encíclica Spe salvi: "As melhores estruturas só funcionam se numa comunidade subsistem convicções que sejam capazes de motivar os homens para uma livre adesão ao ordenamento comunitário".

Assim, Bento XVI convidou os membros da Fundação a oferecerem sua reflexão como contribuição para a realização de uma justa ordem econômica mundial.

"No último dia, no dia do Juízo universal, nos será questionado se usamos tudo o que Deus colocou a nossa disposição para atender as expectativas legitimas e as necessidades de nossos irmãos mais frágeis, especialmente os menores e mais necessitados", disse o Pontífice.

No final do encontro, o Papa abençoou a todos, assegurando-lhes sua proximidade na oração.

A fundação Centesimus Annus-Pro Pontífice foi instituída em 5 de junho de 1993, por desejo expresso de João Paulo II, no âmbito da Pontifícia Universidade Lateranense, de Roma, para promover o estudo, a difusão e a aplicação da Doutrina Social da Igreja no setor profissional e empresarial.

O encontro anual de seus membros, que se conclui hoje, é dedicado ao aprofundamento das noções de 'capital social' como conjunto de bens imateriais que geram crescimento econômico, desenvolvimento e bem comum. Hoje, todos participaram de uma missa celebrada pelo cardeal Attilio Nicora, presidente da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, na Gruta de Lurdes, nos Jardins do Vaticano.

O Conselho de Administração da Fundação Centesimus Annus-Pro Pontifice é composto por sete membros leigos, um deles designado pela Santa Sé e os outros seis por votação entre os membros do Conselho. O presidente atual e representante legal é o conde italiano Lorenzo Rossi di Montelera.

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